O Ministério Público do Estado do Pará cancelou a escuta social que seria realizada em Marabá, após pressão direta do prefeito Toni Cunha (PL). O evento, marcado para acontecer na Câmara Municipal, tinha como objetivo ouvir a comunidade sobre os principais problemas enfrentados no município, mas foi barrado em meio à articulação política do chefe do Executivo.
O anúncio do cancelamento foi feito por meio de nota assinada pelo promotor de Justiça Nadilson Portilho Gomes, coordenador do Centro de Apoio Operacional Cível, Processual e do Cidadão (CAO/CPC). O texto informou que a escuta social foi suspensa “por várias razões”, sem detalhar os motivos, e que poderá ser remarcada em outra oportunidade.
Entidades sociais de Marabá estão reagindo com indignação e acusam o prefeito de tentar sufocar a participação popular. Para os movimentos, Toni Cunha age de forma autoritária, impedindo que a população mais afetada pelas falhas nos serviços públicos possa se manifestar diante do Ministério Público.
A escuta social era vista como um canal direto para que cidadãos levassem suas demandas ao órgão fiscal da lei. Com o recuo, líderes comunitários afirmam que a decisão representa um golpe contra a transparência e um favorecimento aos interesses políticos da gestão municipal.
O cancelamento reforça a tensão entre a Prefeitura e a sociedade civil organizada. Segundo as entidades, a postura do prefeito revela um esforço sistemático de boicote às iniciativas que buscam dar voz à população.