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Juscelino Filho deixa Ministério das Comunicações após denúncia de corrupção

A decisão foi tomada após orientação do próprio presidente Lula, segundo a Secom, para que Juscelino possa se defender fora do governo

O governo do presidente Lula sofreu mais uma baixa com a saída de Juscelino Filho do Ministério das Comunicações. O agora ex-ministro pediu demissão nesta terça-feira (8) após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção, fraude em licitações e organização criminosa. A decisão foi tomada após orientação do próprio presidente, segundo a Secom, para que Juscelino possa se defender fora do governo.

A denúncia está ligada a um esquema de desvio de recursos públicos em Vitorino Freire (MA), cidade onde a irmã de Juscelino era prefeita. As investigações da Polícia Federal apontam que, quando deputado, Juscelino destinou emendas parlamentares à cidade e que houve irregularidades na contratação da empresa Construservice, ligada a um sócio oculto. Mensagens encontradas no celular do empresário indicam participação direta do ex-ministro nas articulações.

Em carta, Juscelino classificou a saída como uma das decisões mais difíceis de sua vida. Disse acreditar no projeto de país construído por Lula e que deixa o cargo para proteger essa proposta. Ele reafirmou sua inocência, alegando que as acusações são infundadas e que confia no STF para comprovar a verdade dos fatos.

Com o avanço da denúncia, o processo agora será analisado pelo ministro Flávio Dino, também do Maranhão. Caso o STF aceite a acusação, Juscelino Filho se tornará réu. Sua defesa afirma que não há provas e que a simples indicação de emendas parlamentares não o torna responsável pelas contratações ou execuções das obras.

A saída de Juscelino também impacta o cenário político do Maranhão. Ivan Júnior, que ocupava a vaga como suplente desde janeiro, deixa o cargo com o retorno de Juscelino à Câmara. Ele havia recebido pouco mais de 6 mil votos em 2022 e chegou a apresentar três projetos de lei durante sua curta passagem pelo Congresso.

A demissão de Juscelino soma-se a outras mudanças recentes no governo, como a saída dos ministros Silvio Almeida, Daniela Carneiro e Paulo Pimenta. O episódio reforça a instabilidade ministerial e ocorre às vésperas de uma esperada reforma no primeiro escalão do governo Lula.

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